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Clube Recreativo Gaúcho

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Bruna Teles Mena

           O Clube Suburbanos começou suas atividades em 1949 como um bloco carnavalesco formado por alguns amigos que tocavam músicas de casa em casa para arrecadar dinheiro para seu churrasco “pós-carnaval”. No começo eram chamados de “bloco dos sujos” por não terem um uniforme, o que mudou em 1952. Em 1º de janeiro de 1962 foi fundado oficialmente o Clube Suburbanos, com sede própria, situada na Rua Independência, nº 1272, comprada com a ajuda de seus fundadores que teriam tido uma desavença com a direção do Clube 24 de Agosto, relatada em ata. Antes de adquirir sua própria sede, as reuniões do bloco se davam na residência de seu primeiro presidente enquanto clube, o senhor João Carlos Machado. Este foi o terceiro clube social negro que temos conhecimento na cidade.

       Além de sua diretoria masculina, a partir do ano de 1963, o Clube passou a contar também com uma diretoria feminina. Porém, as mulheres só participavam do Clube por serem esposas ou parentes dos sócios, só depois de algum tempo que também puderam ser sócias de fato. No Suburbanos, também existiam atividades políticas e culturais e sua sede possuía uma biblioteca. Eram realizadas festas de aniversários, batizados, concursos, reuniões, leituras, entre outras atividades. Também eram realizados serviços assistenciais aos sócios doentes ou com dificuldades financeiras, o que demonstra que além de ser um clube recreativo, também se preocupava com a resistência da comunidade negra. 

          O Clube era organizado através de um estatuto onde continha todas as atribuições de cada membro de sua direto-ria e seus fundadores além de conter também “normas de convivência” e critérios para entrada de novos associados. A entrada de novos sócios era feita através de reunião com todos os membros da diretoria do clube, sendo que se o solicitante tivesse alguma desavença com algum membro, sua entrada no quadro de sócios ficaria mais difícil.

          O Clube mantinha relações com outros clubes negros da cidade de Jaguarão, de cidades vizinhas, como Arroio Grande e Rio Grande e também do Uruguai, excursionando para a cidade de Mello (UY). Entre os anos de 2001 e 2002 o Suburbanos teve sua primeira presidente mulher. O Clube mantinha as mesmas atividades de sua fundação, com diversas festas e bailes. Porém em 2008, com um acúmulo de dívidas adquiridas por gestões anteriores, o clube acabou indo à falência, fechando suas portas e sua sede indo a leilão.

Referências

AL-ALAM, Caiuá Cardoso; LIMA, Andreia da Gama. Territórios negros em Jaguarão. In: AL-ALAM, Caiuá Cardoso; ESCOBAR, Giane Vargas; MUNARETTO, Sara Teixeira (Orgs.). Clube 24 de Agosto: 100 anos de resistência de um clube social negro na fronteira Brasil-Uruguai. Porto Alegre: Ilu Editora, 2018.

AL-ALAM, Caiuá Cardoso; OLIVEIRA, Fernanda. A comunidade negra na fronteira entre Brasil e Uruguai: uma análise sobre o Pós-Abolição por meio dos Clubes Negros de Jaguarão e Melo em meados do século XX. História Unisinos, v. 25, n. 3, p. 503-517, 2021.

SILVEIRA, Darlize Martinez. “Suburbanos surgiu porque nós era tudo dessa zona, assim, do subúrbio...”: O Clube Suburbanos enquanto resistência negra. Universidade Federal do Pampa. Jaguarão: Unipampa, 2015 (Trabalho de conclusão de curso).

CONTATO

R. Conselheiro Diana, 650.

Jaguarão - RS, 96300-000

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geespa.unipampa@gmail.com

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